Curso“Sobre os Lugares no Homem” em diálogo com o “Organon da Arte de Curar”.

              

    Nova turma 

  CURSO À DISTÂNCIA DO SERVIÇO PHÝSIS DE HOMEOPATIA DO IMH  2016

Sobre os Lugares no Homem” em diálogo com o

Organon da Arte de Curar”.

 Formato do Curso

Este curso de 60 horas tem a duração de 4 meses.

De maio a agosto de 2016. 

    A dedicação semanal aos estudos, incluindo o chat pelo skipe com professor tutor será aproximadamente de 4 horas. 

Estudo do tratado hipocrático Sobre os Lugares no Homem, em diálogo com o Organon da Arte de Curar de Hahnemann.

Objetivo

Refletir a cura médica orientada pela similitude, com ênfase em seus aspectos éticos, enfatizados, já, nas origens da ciência médica.

Leituras necessárias:

  1. 1.Sobre os Lugares no Homem. Hipócrates.
  2. 2.Organon da Arte de Curar. Samuel Hahnemann

Leituras complementares

  1. 1.Pharmakós. Vânia Albuquerque Oliveira.
  2. 2.Medicina Hipocrática. Pedro Lain Entralgo.
  3. 3.Diálogos de Platão, sobretudo, O Banquete, Fedon, Fedron, Timeu, Parmenides, O Sofista, Teeteto.
  4. 4.Bíblia sagrada. O Evangelho de João e Epístola de Tiago.
  5. 5.Tratados hipocráticos: Sobre a Medicina Antiga; Sobre a Ciência Médica; Preceitos; Sobre o Decoro; Juramento; Sobre as Afecções e Sobre os Humores.
 A avaliação será feita por meio de avaliação do aproveitamento das discussões nos chats.

Inscrições: via e-mail (O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.)

Público alvo:

Em especial, médicos.

Em gênero, graduados que se interessem em refletir a saúde. 

A   Apresentação  

Os comentários aos capítulos de Sobre os Lugares no Homem procuram resgatar, em suas origens,os fundamentos da ciência médica.    

Eles buscam entender a medicina como uma unidade ética de curar sensação de doença por similitude ou amizade, com a cultura de não-violência da não-maleficência.

Esta cultura confere brevidade ao crônico, à duração da enfermidade, agudizando-a com simplicidade possível, para que o próprio, de modo cidadão, se ressubjetive, prudentemente.

Nossa iniciativa não pretende se impor sobre qualquer discernimento, mesmo que ele altere o nosso ao ponto de máxima contração, porque já conciliado à conta de nosso companheiro.

Mas almeja recuar para avançar na compreensão do legado de Hahnemann que, se for melhor assimilado, segundo nossa crença, terá mais facilidade do que tem tido para equilibrar a ciência médica em suas bases filantrópicas.

Compreender que a medicina não passa de uma unidade ética de substância oracular, feita de verbo, com seu amor pela oração, pelo período e pela conjugação do tempo, parece, ainda ser bastante difícil.

O entendimento da medicina como um discurso, como um enunciado que representa a emanação fenomenológica, manejá velhermeneuticamente ao ponto da cura regular do curável, parece felicitar a irrazoabilidade.

No entanto, as matérias médicas homeopáticas de experiências puras, de influ.ências dinâmicas simples na saúde, não passam de registros que blindam a oralidade, em ocasiões e corpos, o próprio para ser dito, como secreções modalizadas do psiquismo.

Estas produções psíquicas propendem à aglutinação de gênio.

Daí que, com Hipócrates, confirmado por Hahnemann, a experiência do próprio sentido ferido produz suficiente memória a ser moldada pela cocção inteligente, reflexão que orienta o manejo do reconhecimento como sabedoria médica, segundo o princípio de semelhança.

Conforme afirmou Hahnemann, a pesquisa médica homeopática, com os cuidados por ele recomendados, se desenha como legítimo psiquismo experimental.

A realidade científica atual não a admite, já que instruída pela fissura quantitativista e excludente, endurecida no exagero industrial e totalitarista.

A tirania do paternalismo duro da ciência de doenças, que experimenta na ignorância do outro, ou na heteronomia, reconduz aos dias de hoje o parricídio da semelhança e, conseguintemente, o drama de Édipo em seu roteiro de reconciliação com o adversário, amparado pela experiência em Colono.

Este simbolismo se reedita no de Ulisses, a arar areia de praia e semear sal, o de Palamedes, mortificado sob pedras, soterrado, o de Dioniso implantado na coxa de Zeus e o de Jesus, ao ressuscitar o amigo, sob lágrimas, e ao sobreviver ao túmulo, variado.

Não obstante as limitações que nossa torpeza não converte, é possível que este retorno às origens evoque alguma consciência.

Aqueles com que temos convivido conhecem que não temos dom para escrever.

Mesmo que o tivéssemos, em caso de alguma dúvida, faltar-nos-ia conteúdo a inscrever na apreensão de um eventual leitor, por influxo do destino.

Confiamos em que, sobre este assunto, por luzes próprias, todos podemos concorrer com saberes semelhantes, atualizáveis a meio por disponibilização do dado.

A despeito de não reivindicarmos paternidade de qualquer ideia aqui registrada, não nos furtamos a auxiliar no vislumbre de algumas noções próprias da medicina da similitude, segundo o método hipocrático, confirmado por Sócrates.

Não há sabedoria entre homens que consiga dominar a similitude, que é patrimônio universal da realidade que se atualiza.

Conviria que continuássemos o anonimato dos grandes que fundaram a medicina nesta base.

Mas poderíamos exercitar arrogância, já que destituídos de maior intimidade com o assunto, dada a nossa condição presente.

Assim, resolvemos assinar para não nos confundirmos no modo como se manifestou a ideia de Hipócrates.

Para não incomodarmos os que assinam discursos sobre a similitude, respeitamos neles as razões que os movem.

Nós é que não as temos.

De certo, os denodados amigos que procedem como autores se valem de legítimos mandatos.

Nossa iniciativa, ainda assim, não nos livra de ser enfeixados no gênero do pesado fardo a desafiar paciência e carinho, de que abusamos, o que nos obriga a antecipar pedidos de perdão.

Familiares e amigos, poucos, bem como muitos oponentes, nem por isto desleais, têm experimentado este peso e sobre eles pesaremos mais, certamente, por registrarmos estes comentários.

Contudo, felizmente, para indiferentes, muito mais numerosos, errantes em seus caminhos segundo seus amores, para essa multidão temperada, continuaremos a não molestar.

Na falta de simpatia, influências frágeis não se prestam nem à repressão e nem à simplificação.

Estamos convencidos de que a medicina, em seu segredo e sagrado, não se abala por esta ousadia de escrever, pela proteção com que nos acolheu por fazer com que jurássemos amor por ela um dia, uma vez que perjuro de amor encontra sempre perdão, consoante a amizade de Platão.

Se fôssemos respeitosos à memória médica mais cara, contentar-nos-íamos com o fluxo da oralidade, de feliz tradição socrático-hipocrática.

Porém, insistimos em afirmar que, sobre o que escrevemos, muitos podem e poderão escrever com maior felicidade e destreza.

Se escrevemos, contrariando-nos, fizemo-lo à maneira de Apolodoro que se destacou por mortificar-se ao ponto de ser apelidado de mole.

Se polemizamos por agir assim, registramos que não desejamos querelas, guerras ideológicas ou o amor de Eros.

Valemo-nos, então, da mediocridade para algo comentar sobre o que a escrita congelou, sem facultar defesa ao orador, em procedimento que não se recomenda à amizade.

Apesar disto, esperamos acolhimento da não-violência,convictos de nossa inocência sobre eventual conclusão de culpa de traição, até mesmo traição de tradução.

Garantimos atenção ao fundamento sentenciado, qual seja o da conciliação de contrários: um respiro.

A conversa ilumina, mas o comentário não obscurece de todo se revitalizado pelo princípio de conversão, conciliado com a oralidade e com a escrita, com a renovação e com o amortecimento.

Procuramos, por conseguinte, valorizar nas sentenças comentadas, os princípios entrevistos, fatores de comunicação ou logismós.

Assim ajustados, registramos as principais lembranças de um comprometido serviço de auto-experimentações em nossa própria saúde, coletiva à de vários amigos que compartilham conosco este mesmo amorhipocrático-hahnemanniano.

Os que, eventualmente, olharem estas páginas com algum interesse, não se abalarão de seus equilíbrios.

Estarão assegurados pelos magníficos ensinamentos sentenciados neste tratado que, se tem sabido nos compreender, com este saber continuará a desafiar o tempo das esperas, compreendendo-nos cada vez mais.

Nem de longe, podemos confirmar, os comentários perturbarão as sentenças a que eles se referem.

Na dúvida sobre que acolher, sigamos as preceptivas e nos perdoemos reciprocamente:os que duvidam, pela instabilidade e, nós outros, também por termos atormentado a paz.

Uma ajuda ainda reserva-nos amparo, a da abertura a outros interesses por este tratado, que nos venham a ventilar com seus aportes, desde já, bem vindos.

Teremos muita alegria em compartilhar compreensões relativas aos assuntos que vão comentados, já assimilados e, ainda, por assimilar.

Cremos que, não fosse o trabalho a que nos obrigamos, de cultivar os preceitos orais da medicina da fraternidade, com o dever de transmiti-los à boa vontade, não nos teríamos animado a ousar tanto, sensíveis à presente responsabilidade, que é também compromisso com o futuro, sem deixar de ser respeito pelo passado.

Uma vez que decidimos comentar o segredo sagrado, esperamos merecer a proteção do amor de moderação, a fim de sermos encontrados sob inspiração do desejo de ser como, o melhor possível, sempre em relação ao que já temos sido, como uma questão de consciência.

Introdução

Elogio à amizade entre medicina e ética.

A medicina nasceu técnica, do gênio inteligente do perdão.

Conforme o hipocrático Erixímaco, ela se deve à combinação ressonante que harmoniza oponentes.

Trata-se de arte fundida com ciência, que encontra na pesquisa um de seus alicerces.

Esta amizade confraterniza o mágico divino com a ignorância humana,resultando em sabedoria.

Vem simbolizada pelo centauro Quirão, que configura a contradição combinada.

Metade homem e metade animal, o filho de Chronosaprendera a medicina observando-se, guiado por dor incurável.

A medicina equivale a permanente trindade, ainda que muito se duvide disto.

É orientada pela oralidade e pelo amor à brevidade, à ocasião fugidia, no âmbito da simplificação possível.

Ela simplifica sem fazer caso algum do estranho, caridosamente, sob influxo da proximidade.

Por conseguinte, esta noção de trindade, se reduz ao comum.

Comunicando, o ser da comunhão simplifica o demais e se projeta como agente de perdoar diferenças da condição.

A medicina, desde cedo, representa a arte-ciência, reconduzindo a reminiscência em memória.

Ela reúne desacordo com seu contrário e realiza a misericórdia em oponência à misantropia.

Então, é ajuda ao auxílio natural à aflição esquecida da fraternidade, da filantropia.

Atualmente, continua a convicção geral de que não há ciência médica sem investigação.

In-vestigação que desnuda a relativa grandeza que reveste o ser do segredo, cuja idéia participa, ou mais ou menos, da coisa que a envolve.

Assim, é que o oculto, que se manifesta aporeticamente, recebe tratamento, ou por observação, de modo a ser permanentemente soberano, ou por compressão, de forma a ser completamente esclarecido, por uma pretensão mecanicista, parricida da comunhão assimilativa.

A observação dirá ditames do amor de revelação do oculto senhor que organiza a vida.

O mecanicismo não os confirmará, mas afirmará o acaso que desordena o fluxo da fenomenologia, considerando tarefa da razão humana a ordenação do que quer que seja, decretada a falácia da natureza.

Ainda que aceitando a possibilidade de uma ordenação implícita à fenomenologia, o mecanicismo reservará à natureza, para ele desditosa, conveniência apenas para confessar suas leis, seus segredos.

Ele a tratará com torturas ou rapinagem.

Nos dias atuais, no âmbito da pro-cura de gênero, confirma-se indispensável a pesquisa em seres humanos para fins médicos, polarizada em terapêuticos ou não, mais verdadeiramente como pro-cura, no caso da perspectiva observadora da natureza.

Não há, ainda, consenso sobre se, fora do mais imediato enquadramento terapêutico, a pesquisa em humano corresponde à necessidade natural, como cultura de não-violência, não-maleficência.

Pouquíssimos admitem, como Hipócrates e Hahnemann, que a pesquisa médica em humanos, sob ordenação do amor de semelhança ou de proximidade, somente se justifica para fins terapêuticos.

Presididas pelo reconhecimento, a pesquisa no próprio e a investigação no outro se harmonizam entre si.

A primeira, como disponibilização do oculto interno simplifica em gênero a segunda que, especificando aquela, exige força e, enquanto a exige, permanece parcialmente assimilada pela natureza do todo.

É suficiente que a força de arrematar a natureza se satisfaça com a representação possível do outro pelo próprio, como consentimento.

Basta admitir que um e outros, por reconhecimento, reconduzam a amizade entre ser e não ser.

Amizade entre ser e parecer ser na variação, que faz conjunto da tribo de Parmênides e da de Heráclito, tribos oponentes que permanecem valendo-se de pulverização e de designações diversas.

Logicamente que não pode haver medicina sem composição, sem equilíbrio.

A maioria pensa que a pesquisa médica é pesquisa de ser feita no outro, alternativamente em laboratórios privilegiados físico-químicos, em centrais financiadas que investigam moléculas, células e tecidos, em vegetais, animais, em vidas humanas vegetativas, em excluídos e em voluntários, mas invariavelmente, no outro, raramente livre de suspeita sobre sua autêntica decisão livre e autônoma, uma vez respeitados seus melhores interesses, no presente e para o seu futuro.

A maioria pensa deste modo porqueparricida da similitude.

Neste estado, negligencia-se o princípio da afinidade e recursos incalculáveis são despendidos em vertiginosa busca de causas primeiras que justifiquem a recondução da beligerância.

Para este ponto,distraidamente, recaem certos pensadores filiados à similitude, mas violentos ainda assim.

Eles, de modo simulado, como os mecanicistas confessos, agora de maneira declarada, descrêem de que o efeito secundário e curativo das medicinas se radica na natureza do todo.

A convicção de ambos os grupos é de que o efeito curativo se deve à reação da natureza individual, como se ela não fosse equivalente mórbida à parte enferma.

Distrai-se esta convicção dacarta médica que desaconselha a imitação da irreflexão.

Tais desatentos, de certo modo apressados, confundem cura médica com esforços curativos da natureza individual.

A primeira é dependente de artifício, de tecnologia, deTi, de azar ou fortuna, porque somente existe com o concurso da cidade, cuja função é a de desobstaculizar o fluxo da natureza do todo, em amor cosmopolita.

Os esforços curativos da natureza individual se envolvem, também, no desacordo que fistuliza a fratura natural de oponentes.

Ambos são partes da partição, a parte em foco e a natureza particular, em movimentação que translada a injustiça.

A ciência médica, cidadã e justa, patrocinada por Zeus, sem desconsiderar dados do Hades e dados dos Mares, deve refletir o todo natural de amizade.

Apressados têm sido aqueles, que competem na corrida publicitária, afogueados à maneira de Narciso.

Afogam-se estes precipitados em ondas alheias ao interesse comum, indiferentes à mortificação da natureza do todo, de Eco, do ecossistema.

Ora, medicina é instância de, a um tempo, concordar com a lei natural e de facultar alternativas, sentenciosa, lacônica e anonimamente, considerando que somente o próprio se desculpa.

Aqueles entendem que há medicina na natureza individual e que, então, ela deve ser imitada pela arte-ciência médica, aceitando, ao contrário do que convém, que efeito farmacodinâmico se equivale a efeito curativo medicamentoso.

Como se todo manejo medicamentoso fosse remédio, como se toda contradição fosse conciliadora.

A linha de pesquisamédica no outro, que não distingue contradição entre similitude e força ou violência, se compatibiliza com a perspectiva intelectual que mecaniza a vida.

Ela compreende que a tecnologia de excelência é a que instrumenta a humanidade de recursos industriais, segundo uma concepção que confere realidade ao vazio, à distância, negando vez à extensão elástica, ao meio.

Ela reedita a imprudência que fistuliza a fratura entre oponentes naturais, reedição com que não concorda o autorhipocrático de Sobre os Lugares no Homem, a quem atribuimos o uso das expressões fratura e fístula como assinaladas aqui.

Ela reconduz a banalização da cultura urânia ou de amizade, em que o homem prudente pode se tornar medida das realidades que são, enquanto são, porque homem de comunhão , que comunica pelo comum.

Esta noção materializa em excesso o outro, praticamente coisificado, já que, pela compressão do meio, divide a totalidade em duas metades, como se a razoabilidade não existisse na experiência humana de todos os tempos e lugares.

Para esta noção, o que não é bom é, necessariamente, ruim, sem que haja a possibilidade da alternativa, de fato.

De fato, porque, mesmo que a alternativa presida os discursos mais calorosos que consideram o humanismo e a dignidade, no fundo, se baseiam na dicotomização da vida.

A dicotomização a uns inspira a colonização de contrários outotalitarismos compressores, ainda que autorizados por aparente generosidade de pactos sociais, considerando que a vida humana se rege pelo desejo de corpo.

Suas soluções para os problemas da humanidade, capitaneados pela violência, parecem nutrir a concepção de Nêmesis de YvanIlisch.

Por materialização da força, a polarização comprime a idéia urânia da fraternidade, de vez que não considera a regência dos fenômenos pela conciliação da oponência.

Esta simpatia assimila a realidade como uma trindade que reúne polaridades e a comunhão ressonante.

Há em medicina, entretanto, os que investigamneles próprios.

Dentre estes, também se filiam valores que mecanizam a vida imoderadamente.

Por outro lado, há aqueles que amam a noção physiologica dos gregos, daqueles gregos que compreenderam que a moderação é amor de amizade que tudo mantém ligado a si por si mesmo, de acordo com O Banquete de Platão.

Estes se inspiram pela regra áurea de amor semelhante, a fim de se posicionarem aí, sobretudo para que se realizem como médicos.

Aceitam que é a saúde que singulariza o humano como dado, como bem divino, susceptível de sempre melhorar.

O aperfeiçoamento trata o ruim como bom que não melhora e que, não pode ser comprimido, mas atraído para o melhor, com amizade, com sintonia possível, mediante um meio ou medida.

Eles entendem que a vida humana atende à ordenação do amor moderado, mesmo na polêmica, e que ao oponente não se trata com partição, com força, com exclusão e com distância.

Compreendem que o outro, em sua diversificação, reserva-se acolhimento e favores, a partir de próprios recursos, que dados, carecem de comedimento para que sejam multiplicados, abundantemente multiplicados.

Assimilam que o perdão devido à relação é incondicional e que, intuitivamente, de forma inteligente, a vida de relação, que não separa o Homem de qualquer meio, se rege por um destino que, se não admite anulação, permite, mediante dores, alternativas que não o ignorem.

Caminham pelos roteiros áureosque conciliam moral e éticas, em constante interpelação recíproca.

Estes se dispõem pelo amor ao comedimento.

Em medicina, como em tudo o mais, se amortecem pelo amor de assimilação.

A demasiada coisificação do humano oprime a vulnerabilidade por paternalismo duro, que comprime no contexto da heteronomia.

Esta é a engrenagem nuclearda mecanizada justiça social, distributiva, que considera justiça como filha predileta do pacto social para partilhar bens materiais, a garantir vida boa e feliz ao humano.

Porém, esta justiça não concilia oponentes porque não realiza amizades, já que filiada à falácia da natureza.

Para Sócrates, não há possibilidade de haver felicidade fora da adequação com que a vida possa ser simples, contemplada pela comunhão.

Esse pensamento, ele o compartilha com Hipócrates.

O pensamento mecânico se confunde com a biotecnologia médica ou com a ciência de doença, que pouco reconhece a saúde

A ciência dura de doença, ciência industrial de cópias, de repetição, não reconhece pessoas, singularidades.

Ela insiste em se manter no contexto da eficácia cara, confinada a poucos, extensamente maleficente em suas pretensões beneficentes, enceguecida por sua violência de extorquir, dada a assimetrias, sem olhares para totalidades, nem para a suavidade.

Com sua avidez por recursos estranhos, não Sab mortificar desejos e realizar o tratamento a partir do próprio.

A ciência de doenças ignora a cultura do próprio, a que, com um dia de trabalho produz abastança para mais de um ano, em vida áurea, consoante Hesíodo.

A ciência de paternalismo tirânico desconhece a cultura de paz da não-violência.

Nos tempos atuais, a crise de pessoa atinge níveis endêmicos de violência, que é uma e múltipla, como escreveu M. B. Minajo, lembrando o reducionismo hipocrático.

Urge que, em medicina, a não-maleficência seja reconsiderada como carta ética que modere o paternalismo terapêutico, com sua orientação fraterna e assimilativa, orientada pelo princípio de similitude.

Neste sentido, muito importa que se repense a pesquisa médica em seres humanos e, também, a medida, como unidade ética de favorecer com alternativas verossimilhantes.

Sobre os Lugares no Homem, um tratado metodológico mais amplo e complexo do que Sobre Medicina Antiga, mas nem por isto mais importante do que este, pode ser equiparado a diversos tratados hipocráticos, semelhantemente metodológicos, como Sobre a Ciência Médica, Preceitos, Sobre a Dieta nas Enfermidades Agudas, Sobre os Humores, Sobre o Decoro, Juramento, Sobre as Afecções, Sobre a Natureza do Homem, Sobre a Enfermidade Sagrada, Sobre as Semanas, Epidemias VI, Enfermidades I, os Tratados cirúrgicos, Sobre o Alimento, Sobre o Uso doslíquidos e outros.

O que aqui vai afirmado se conecta fortemente à experiência de autoexperimentações de influências puras na saúde, que observa a disponibilização do modo de pensar e de sentir do provando, com os cuidados recomendados por Hahnemann.

Este processo recorda a memória que o mito de Quirão não esquece.

Considerando a metodologia hipocrática alicerçada no amor ao humano, à arte e à natureza, levanta-se que ela, como amizade terapêutica, se orienta pela simpatia, pela similitude, que contraria a enfermidade com a força invencível da conciliação natural.

Através do método hipocrático de tratar enfermidades, cura-se por recursos próprios, a partir da cura médica regular da sensação de doença, levada a cabo pelo favorecimento da enfermidade, pela inteligência de se alcançar o gênero, sobmedida, contrário à particularização enferma.

Dentre todos os tratados hipocráticos, Sobre os Lugares no Homem, é o escrito que mais detalha a aplicação terapêutica em diálogo com seu fundamento de filia, baseada na disposição corporal, na natureza do corpo

O método enfatiza o recurso de memória experimental com que reconhecer e neutralizar fistulizações da oponência natural, em base à experiência do próprio sentido, em contexto de vivência áurea do amor semelhante.

Não poderia alguma arte nascer do que quer que fosse que não fosse sua origem, o um de sua fundamentação.

Nenhuma arte poderia nascer do dois, do três ou do quatro, como querem vários.

Originando-se da noção de medida, de medida precisa e singular a ser aplicada sem perda de tempo e de recursos, sem que a vergonha a consuma, mas para se destinar à estima mais elevada entre todos, a medicina deve seu nome à sua fonte.

A medida que mede e que remedeia é sabedoria de abreviar o crônico manejando agudos inteligíveis segundo a regra áurea de amor semelhante.

Equivalem a unidades de tempo, de memória, a unidades éticas que favorecem com alternativas conciliadas à Ordem do Todo Natural.

São unidades de combinação, refletidas pela rotação, pela emanação do dado, em conformidade com o destino singular ou coletivo, sob regência do comedimento.

Destarte, a fim de desimpedir o fluxo da vida, o método médico traduzmetodologia de reconhecimento, decorrente de memórias próprias de experimentação na saúde.

Ele aplica alternativas curativas de sensações de doença, o verdadeiro mal a curar, segundo a cultura de não-violência da similitude, vindo a ser o fundamento da ética aplicada à saúde em seus caminhos de aperfeiçoamento.

A medida consiste na comunhão entre moral e éticas.

Então, ela vem a ser uma unidade natural que, por se realizar a meio, desenha-se pela conversão ética como alternativa que não prejudica a ordem physiologica, sendo por ela dominada.

Por ser medida de reconhecimento, ela expressa o consentimento livre e esclarecido, sem termos.

Por combinar ordem com alternativas, libertando a dor da representação de doença, ela fala de consenso conversivo, neste particular elogio.

 

   
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